sábado, 7 de abril de 2012

O pedido

Com uma tremenda cara-de-pau os bancos privados “brasileiros”, se é que existe algum que realmente seja brasileiro, querem discutir com o governo federal um pacote de “auxílio” para que possam competir com a Caixa e o Banco do Brasil. A questão toda gira em torno da baixa considerável nas taxas de juros dos estatais para os clientes, o que remeteria uma grande queda no lucro dos banqueiros, caso fizessem o mesmo. É sabido de todos que o atual governo pertence a um partido dito dos “trabalhadores”, pois bem, será que este governo dos “trabalhadores” vai concordar com essas medidas propostas pelos banqueiros? Também é do conhecimento de todos que os bancos privados têm lucros astronômicos todos os anos no Brasil, lucros provenientes dos altíssimos juros cobrados dos usuários de seus serviços. Agora querem que o governo e o povo arquem com o ônus que teriam numa possível diminuição de juros para competir com os estatais? Se é que podemos chamar de ônus uma pequena diminuição dos lucros, lucros esses que se concentram na conta de grandes corporações e não dos funcionários. O que resta é aguardarmos para saber como o governo federal, aquele do partido dito dos “trabalhadores” vai se posicionar. Esperamos que ao lado dos trabalhadores e não dos “trabalhadores”!

domingo, 18 de março de 2012

A mais perversa inversão!

Vivemos em um contexto sócio educacional que busca uma educação progressista, uma formação integral aos alunos, que forme cidadãos. Pensadores e mais pensadores em educação criticam o modelo conteudista e fragmentado, afirmam que a escola está ultrapassada, não consegue apreender a atenção dos alunos.
As críticas acima são coerentes e justas, pois quando falamos em Brasil e mais precisamente no Rio Grande do Sul a realidade se apresenta desta forma, realmente precisamos de mudanças, mas mudanças concretas e não a perversão proposta pelos atuais grupos políticos que, juntamente com pensadores que vivem presos em universidades e suas teorias vazias de prática e humanidade, cada vez mais destroem a educação nacional. Os grupos dirigentes buscam implantar uma educação que mantém as pessoas submissas e ignorantes ao status quo, mentiras e mais mentiras são empurradas para a população e o mais triste é o fato de muitos educadores não perceberem estar perpetuando uma educação modificada pelo mundo, o que é um absurdo sem tamanho, pois o mundo não deve modificar a educação e sim o contrário!

sábado, 17 de março de 2012

O perigo dos ciclos!

O tratamento desumano ao qual a educação recebe no estado do Rio Grande do Sul e no Brasil em geral não é novidade para ninguém. Os trabalhadores em educação estão numa luta constante por melhores salários e condições de trabalho, porém outro perigo beira a vida escolar, os ciclos. A grande maioria das escolas do estado, senão todas trabalham com a divisão por séries. Temos altos índices de repetência na rede pública estadual, o que não é motivo de orgulho para o grupo docente, visto que existe uma diversidade de fatores que contribuem para esse quadro, como a falta de material e de um espaço pedagógico adequado, de participação familiar e de formação continuada dos professores. Tudo o que foi dito aqui é sabido por todos que acompanham os noticiários.
Há alguns anos foi instituído na cidade de Porto Alegre o sistema escolar de ciclos, ou seja, uma forma de divisão onde os alunos avançam por critérios de idade e não por conhecimento. É uma realidade que a situação financeira da rede municipal é superior à estadual, existe uma estrutura mais organizada no município, porém os ciclos não produzem resultados superiores às séries das escolas estaduais, estando Porto Alegre em posição intermediária entre as capitais brasileiras na avaliação do IDEB. Esse texto não é uma defesa da divisão do ensino por séries, mas sim um alerta sobre o perigo de aplicar os ciclos sem ter uma estrutura adequada, como é o caso do estado e da capital do mesmo. Todos os anos chegam alunos oriundos dos ciclos ao estado, e a situação de muitos estudantes é grave, pois a falta conhecimentos mínimos sobre leitura e escrita é uma realidade, pais relatam sua preocupação com o ensino que seus filhos receberam no município justificando sua transferência para a rede estadual.
Agora presenciamos um governo que está implantando os ciclos no estado, o primeiro passo foi a proibição da repetência até o terceiro ano do ensino fundamental, ou seja, ninguém pode ser retido nos referidos anos. A grande questão é que o estado não vai implantar os ciclos com a devida estrutura, vai ser mais um projeto que é bonito no papel e na prática não pode ser aplicado devidamente, isso porque é mais uma convicção política e de quem não entra em sala de aula há muitos anos, de quem não conhece as carências do alunado. Ir num programa de televisão e apresentar novas ideias e projetos é muito fácil, dizer que têm boas intenções sobre a educação também, qualquer um pode fazer. O que está faltando são políticos que abram diálogo com quem tem a experiência docente, e não apenas com teóricos que ficam décadas trancados na universidade e nos livros e não conhecem os desafios docentes na educação básica.

sábado, 10 de março de 2012

Será que não se fazem mais pais como antigamente?

Na manhã de hoje li uma reportagem realmente preocupante. Uma comissão de juristas está elaborando uma proposta para modificar o código penal em relação ao aborto, esses “especialistas” querem ampliar as possibilidades da prática abortiva.
É sabido que o aborto causa traumas em qualquer situação, mesmo nos casos em que a mulher for estuprada e quando corre risco de vida. Creio que são ocasiões onde o aborto é explicável, mas as situações novas são preocupantes, principalmente aquelas onde o bebe é diagnosticado com deficiências físicas. Basicamente estão dizendo que os pais podem não querer uma criança com limitações físicas, apenas os saudáveis, os “normais”, isso é uma BARBARIDADE sem tamanho, afinal de contas, que pais são esses que abrem mão dos filhos por estes terem deficiências? O amor dos pais não deveria ser incondicional? Será que somente os fetos “perfeitos” têm direito a nascer? Para esses juristas pais são quem fazem e não quem cria, penso que as pessoas que têm a ideia de desistir da criança por esta ter alguma deficiência, mesmo que seja algo grave, deveria desistir da “profissão” de ser pai ou mãe, a humanidade precisa de mais pais competentes para deixar bons filhos para o mundo... “Será que não se fazem mais pais como antigamente?”

quarta-feira, 7 de março de 2012

Tentando entender...

Quando ministro Tarso era a favor do piso, vale lembrar que isso deu um baita crédito com o magistério. Agora ele é governador do estado, não esqueçamos que com o apoio de grande parte dos professores, afinal de contas, alguém que “cria” um piso salarial para a categoria sugere que se preocupa com a educação e com os profissionais da área, ao menos parece.
O ex-ministro assume o executivo gaúcho e, seguindo a tradição política brasileira, o discurso muda, agora faltam verbas e o reajuste do Fundeb não é conveniente para o estado. Onde já se viu professor receber um salário digno? Só pode ser brincadeira né? Aqui é Brasil e educação não é prioridade. O CPERS tenta organizar greves, mas infelizmente os professores cidadãos são poucos, sobra recorrer à justiça.
Há dois dias o Ministério Público deu ganho de causa ao sindicato, afirmando que a lei deve ser cumprida, o partido que foi oposição ferrenha durante décadas e diz-se dos trabalhadores, acho que os trabalhadores em educação não são levados em conta nesse nome, irá recorrer da decisão judicial, pois o índice de reajuste do Fundeb está fora da realidade do estado, professor tem receber reajuste de acordo com a inflação, assim continuarão na penúria e isso contribuirá para a discutível qualidade da educação na rede pública estadual. O mais curioso de tudo isso é que nem todas as categorias tem o reajuste salarial de acordo com a inflação, alguns meses atrás funcionários da secretária da fazenda receberam reajuste de mais de 40%, inúmeras vezes os deputados recebem reajustes altíssimos, por que essas classes não recebem seu aumento salarial de acordo com a inflação?Hã? Será que existe uma resposta decente para tal questão?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Greve não deve dar trabalho!

Uma vergonhosa situação de greve está ocorrendo no Rio Grande do Sul. Uma pequena parte dos professores assumiu a paralização em protesto aos rumos que a educação está tomando no estado.
O CPERS organizou uma assembleia para votar em favor ou contra a paralização faltando um mês para o encerramento do ano letivo. A maioria dos presentes, incluindo este que aqui escreve, optou pela paralização das atividades, fato que gerou descontentamento de grande parte da sociedade e do magistério. A mídia posicionou-se ao lado do governo não demonstrando, em momento algum, o mínimo de imparcialidade e de busca pelos reais motivos da greve, colocando a sociedade contra o movimento. O problema não é a população ser contra a greve, mas sim o fato de eles não saberem por que são contra, assim como a grande parte dos docentes que a ela não aderiram, pois ninguém é obrigado a concordar com essa manifestação, mas deveriam saber ao menos o que está acontecendo. A mídia tendenciosa está fazendo sua parte nesta ação vergonhosa anti-greve, mas o povo e os docentes têm o dever de buscar informações e questionar as que lhes são disponibilizadas e não simplesmente demonstrar insatisfação pelos efeitos de uma efetiva paralização das aulas. Pessoas que apenas preocupam-se com suas férias e não se interessam pela situação política em questão demonstram não ter a mínima noção do que é cidadania, dão razão e mais confiança para que os dirigentes do estado continuem os processos de perpetuação da ignorância popular, processos esses que nas atuais circunstâncias trabalham sobre o sucateamento do ensino médio, impossibilitando que os alunos que passarem pelo ensino politécnico tenha qualquer possibilidade de disputar uma vaga em uma instituição de ensino federal. Não somos ingênuos a ponto de acreditar que atual ensino é capaz de qualificá-los adequadamente, porém em algumas instituições estaduais o ensino ainda se sobressai, mas a grande questão é que a mudança pretendida pelo governo não melhora o currículo e sim coloca a última pá de terra nas esperanças de um estudante secundarista ingressar na universidade. Outra questão importante é o fato de o governo não apresentar ao menos um calendário de pagamento para o piso dos professores, mente descaradamente e o faz por conhecer a situação de descaso da grande massa em relação aos seus direitos e que relativa parcela do magistério não quer recuperar aula em janeiro para não perder nada de suas férias, o que é incrível, pois o salário miserável não é suficiente para desfrutar de todo o tempo reservado às férias.
Enfim, o “politizado” estado do Rio Grande do Sul está contra a greve para não perder suas férias, usam a desculpa de que a greve prejudica os estudantes, culpam os professores grevistas quando deveriam questionar o estado pela situação de penúria da educação estadual. Muitos professores que não aderiram à greve nem ao menos sabem por que estão fazendo isso, poucos não aderem por motivos coerentes, a maioria não adere por motivos mesquinhos e isso é visível, pois passam o ano reclamando do salário e das condições de trabalho e quando chega a hora de lutar por melhorias recuam para não perderem férias ou serem descontados pelos dias parados, ou seja, querem conseguir melhorias sem esforço algum, greve dá trabalho, então, melhor evita-la!

sábado, 19 de novembro de 2011

APOIO AOS PROFESSORES JÁ!

Peço desculpas pelos erros de português que este texto apresentará, meu nervosismo e indignação são tamanhos que não estou em condições de corrigi-lo de maneira adequada, mas garanto que o conteúdo é importante.
Em assembléia ocorrida na tarde do dia 18 de novembro, o Cpers votou pela paralisação da categoria a partir daquele momento. A mídia e o governo escondem da população os reais motivos da greve, apenas apresentam a reivindicação do pagamento do piso nacional, o que é legítimo e motivo suficiente para uma paralisação, como motivo. O que está em jogo é algo muito maior que o direito ao piso, é a ação nociva e autoritária do governo do dito "partido dos trabalhadores" em relação à mudança no currículo do ensino médio estadual e aos critérios de promoção dos docentes. Negando-se ao debate, o ex-ministro da educação e responsável pela aprovação de um piso nacional dos professores mostra uma face nefasta aos educadores. O não pagamento dos direitos dos docentes, bem como a negativa ao pedido de debato sobre as mudanças na educação propostas são atitudes vergonhosas para alguém que já foi admirado por mudanças na educação do país, como o recém citado piso e o prouni.
A população não tem acesso a real situação da greve, a mídia tendenciosa apresenta mentiras descaradas ao povo gaúcho, o Cpers ocupa um espaço de vilão quando na realidade é o responsável por uma luta legítima e necessária para conter as atitudes abomináveis e nefastas do atual governo, esperamos que os estudantes unam-se à classe e busquem cada vez mais o apoio dos gaúchos, somente assim poderemos promover medidas benéficas à educação e a democracia no nosso amado Rio Grande.