quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É FRUSTRANTE... MAS É A REALIDADE!

Escolher um título para este texto foi bem difícil, e sinceramente, o escolhido não me agradou, porém foi o mais próximo que consegui sobre o assunto aqui tratado. Refiro-me a realidade dos estudantes que recebemos nas escolas públicas, ao menos, naquelas onde leciono.
O que estou escrevendo aqui não é muito diferente do que postei anteriormente, mas acreditem, é o mais sincero e desesperado, pois eu nunca havia sentido com tanta força a sensação de impotência e incompetência em nenhuma outra ocasião. Normalmente o grande desafio é conseguir que os alunos participem com boa vontade das atividades propostas, problema esse que consegui resolver na aula em questão com a turma de quinta série, bem, tendo feito isto, apresentei a tarefa e a turma prontamente se pôs a trabalhar, cada aluno com sua folha. Logo nos primeiros minutos fui chamado por alguns, pois não estavam entendendo o que deveria ser feito, prontamente tratei de explicar, foi então que a “casa caiu” e os fantasmas da frustração e da incompetência bateram em minha porta. Ao longo do período fui percebendo que quase metade da turma não seria capaz de resolver o exercício, pois não possuem o mínimo domínio de habilidades como leitura e escrita e estou falando de adolescentes de 13 e 14 anos que estão na quinta série do ensino fundamental. Não é a primeira vez que vejo estudantes com tais dificuldades, porém dessa vez a situação foi outra, normalmente os alunos com mais dificuldades se negam a fazer as tarefas, uma forma de autodefesa, mas dessa vez eles estavam compenetrados na atividade e por mais que explicasse não fui capaz de fazê-los compreender o que estava sendo pedido. Uma sensação de desespero foi tomando conta de mim, foi então que percebi que não tenho competência para lidar com essas dificuldades, digo isso sem medo algum, nunca fui preparado para tal realidade, embora já soubesse de antemão o que me esperava na profissão. Acredito não ser o único profissional da educação em tal situação. Lidar com alunos em semelhante situação exige um preparo diferenciado, além de uma estrutura que não dispomos isso se não considerarmos o fato de que eles não foram avaliados de maneira adequada em séries anteriores. Mas a quem recorrer? Onde buscar auxílio? A resposta é pior que o problema. Não existe a quem recorrer, trocar de profissão seria uma saída, aceitar essa realidade e fingir que não é problema meu é outra opção... Nenhuma delas serve para mim, o que me resta é seguir os passos de outros professores que passam a vida procurando uma forma de fazer um bom trabalho buscando satisfação no próprio esforço... Será este o caminho?Fica a reflexão!