terça-feira, 22 de novembro de 2011

Greve não deve dar trabalho!

Uma vergonhosa situação de greve está ocorrendo no Rio Grande do Sul. Uma pequena parte dos professores assumiu a paralização em protesto aos rumos que a educação está tomando no estado.
O CPERS organizou uma assembleia para votar em favor ou contra a paralização faltando um mês para o encerramento do ano letivo. A maioria dos presentes, incluindo este que aqui escreve, optou pela paralização das atividades, fato que gerou descontentamento de grande parte da sociedade e do magistério. A mídia posicionou-se ao lado do governo não demonstrando, em momento algum, o mínimo de imparcialidade e de busca pelos reais motivos da greve, colocando a sociedade contra o movimento. O problema não é a população ser contra a greve, mas sim o fato de eles não saberem por que são contra, assim como a grande parte dos docentes que a ela não aderiram, pois ninguém é obrigado a concordar com essa manifestação, mas deveriam saber ao menos o que está acontecendo. A mídia tendenciosa está fazendo sua parte nesta ação vergonhosa anti-greve, mas o povo e os docentes têm o dever de buscar informações e questionar as que lhes são disponibilizadas e não simplesmente demonstrar insatisfação pelos efeitos de uma efetiva paralização das aulas. Pessoas que apenas preocupam-se com suas férias e não se interessam pela situação política em questão demonstram não ter a mínima noção do que é cidadania, dão razão e mais confiança para que os dirigentes do estado continuem os processos de perpetuação da ignorância popular, processos esses que nas atuais circunstâncias trabalham sobre o sucateamento do ensino médio, impossibilitando que os alunos que passarem pelo ensino politécnico tenha qualquer possibilidade de disputar uma vaga em uma instituição de ensino federal. Não somos ingênuos a ponto de acreditar que atual ensino é capaz de qualificá-los adequadamente, porém em algumas instituições estaduais o ensino ainda se sobressai, mas a grande questão é que a mudança pretendida pelo governo não melhora o currículo e sim coloca a última pá de terra nas esperanças de um estudante secundarista ingressar na universidade. Outra questão importante é o fato de o governo não apresentar ao menos um calendário de pagamento para o piso dos professores, mente descaradamente e o faz por conhecer a situação de descaso da grande massa em relação aos seus direitos e que relativa parcela do magistério não quer recuperar aula em janeiro para não perder nada de suas férias, o que é incrível, pois o salário miserável não é suficiente para desfrutar de todo o tempo reservado às férias.
Enfim, o “politizado” estado do Rio Grande do Sul está contra a greve para não perder suas férias, usam a desculpa de que a greve prejudica os estudantes, culpam os professores grevistas quando deveriam questionar o estado pela situação de penúria da educação estadual. Muitos professores que não aderiram à greve nem ao menos sabem por que estão fazendo isso, poucos não aderem por motivos coerentes, a maioria não adere por motivos mesquinhos e isso é visível, pois passam o ano reclamando do salário e das condições de trabalho e quando chega a hora de lutar por melhorias recuam para não perderem férias ou serem descontados pelos dias parados, ou seja, querem conseguir melhorias sem esforço algum, greve dá trabalho, então, melhor evita-la!

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