domingo, 17 de julho de 2011

UM GRANDE MOMENTO... A tão esperada formação durante o recesso escolar

A formação continuada é de suma importância para os profissionais da área da educação. Estar sempre por dentro das novas “tendências” e teorias pedagógicas, que, diga-se de passagem, são muitas. Vemos todos os anos surgirem muitas teorias que ensinam aos professores como “ensinar” com mais eficácia, a entender os alunos e todo o blá blá blá habitual de quem não exerce de forma ativa, a função docente.
Entra governo e sai governo, porém, as políticas se mantêm com as estruturas habituais, ou seja, os docentes terão a oportunidade de passar por um breve período de formação profissional durante o recesso escolar que ocorre durante alguns dias no mês de julho. As reclamações sobre tais formações são constantes entre os membros do magistério, pois normalmente, estes são submetidos a trabalhos improdutivos que fogem à realidade escolar, apresentam metas que, devido às atuais condições de trabalho, são impossíveis de serem alcançadas, ou seja, os administradores da educação fingem que proporcionam cursos de formação de qualidade e os professores fingem que obtém informações importantes, apenas perda de tempo para os dois lados. É verdade que muitos nem poderiam ser chamados de educadores, pois não dão a mínima para o trabalho que realizam, mas também é verdade que a atual conjuntura se constitui em uma forte barreira para que cada profissional se motive e se prepare cada vez mais. Este período poderia ter um aproveitamento razoável se fosse planejado com competência, mas é tratado com completo descaso, e perpetua-se a cada ano como mais um período de tortura psicológica e intelectual para os participantes gerando desânimo para encarar o restante do ano letivo. Será mesmo uma tarefa tão difícil proporcionar um momento proveitoso de formação pedagógica? Por enquanto, ao que parece, criar tal momento não é visto como pertinente pelas autoridades responsáveis, dando continuidade a mais um capítulo triste da educação do país...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O QUE FAZ UM PROFESSOR?

O título deste texto é uma pergunta que descobri não ser capaz de responder. Pode parecer estranho alguém que atua como professor do ensino básico se posicionar de tal maneira, à primeira vista pode mesmo parecer um absurdo, mas para esclarecer a situação vou apresentar algumas reflexões sobre o assunto.
Ao longo do curso superior onde adquiri o diploma de licenciatura em História, freqüentei diversas disciplinas com conteúdo exclusivo sobre história, algumas com conteúdo envolvendo práticas, teorias, normas e leis sobre educação, também estudei brevemente sobre o processo e as etapas do desenvolvimento cognitivo humano. Fiz minha graduação na Universidade Luterana do Brasil, tenho consciência de que as grades curriculares variam de instituição para instituição, mas a base é a mesma, disciplinas específicas da área de conhecimento do curso, noções de legislação, pedagogia e possivelmente psicologia, lembrando que me refiro a cursos de licenciatura. Ao longo dos meus estudos, sempre fui da opinião que instituição alguma ensina os estudantes a serem professores, somente as práticas docentes criam esse profissional. Nestes poucos anos de profissão me deparei com inúmeras situações com as quais não fui preparado para enfrentar, situações que exigem um grande preparo e estrutura psicológica. Enfrento uma realidade bastante delicada nos locais em que trabalho, falta de estrutura física e materiais, falta de profissionais especializados para auxiliar em problemas disciplinas e psicológicos dos alunos, e uma carga horária elevada, o que dificulta o bom desenvolvimento das atividades docentes.
As informações que trouxe até agora foram para esclarecer, mesmo que de forma superficial, a situação das escolas onde trabalho, situação que aparentemente é uma realidade nacional. Em sala de aula encontramos alunos desmotivados e com graves problemas familiares, problemas que percebo claramente durante as aulas, de forma indireta ou quando sou consultado por eles na tentativa de resolverem suas pendências pessoais ou mesmo na forma de um simples desabafo, uma responsabilidade bem grande a minha, não? Alguns problemas que percebo de forma indireta são em situações extremas, como agressão verbal ou mesmo física e cabe a mim contorná-las, porém, acontecem sem prévio aviso. Não tenho vergonha alguma em dizer que não sou preparado para lidar com tais acontecimentos, infelizmente a realidade me obriga a enfrentá-los, sendo as conseqüências insatisfatórias, para ambos os lados. Na teoria o professor é um mediador no processo da construção do conhecimento, não levamos uma verdade absoluta para os alunos, procuramos instigá-los a serem sujeitos de suas vidas, a questionarem o mundo, exercerem sua cidadania. Minha formação me permite ser um mediador, pra isso eu freqüentei um curso de graduação, mas a realidade me obriga a ser pedagogo, psicólogo, pai, mãe, irmão, etc...
Não tenho objetivo de ser omisso, mas ao mesmo tempo, não tenho preparo para auxiliá-los de forma adequada, o que gera uma grande frustração e desânimos para aluno e professor, por essas e outras razões, fiz essa pergunta, o que não significa que desisti de encontrar a resposta.